domingo, 14 de novembro de 2010

Combatendo a enxaqueca


Ao contrário do que muita gente diz, não é qualquer dor de cabeça que pode ser chamada de enxaqueca. Apesar de ser mesmo um tipo comum de cefaleia, esse mal tem características bem particulares.

A dor não é fraquinha, mas sempre de moderada a forte.
É também pulsátil e unilateral (atinge só um lado da cabeça por vez). "Quando não tratada, a crise de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas", diz o neurologista Luiz Fernando Haikel Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (SP).

Na verdade, existem vários tipos de dor de cabeça. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), há 150 tipos, e apenas seis deles são classificados como enxaqueca, atingindo 12% da população em geral. As mais afetadas são mulheres durante o período fértil - o que tende a melhorar na gravidez e depois da menopausa.

É comum alguns sintomas acompanharem a dor numa crise de enxaqueca. Náusea e vômito costumam aparecer com mais frequência. O paciente pode também sofrer com fotofobia (aversão a luz), osmofobia (aversão a cheiros) e fonobia (aversão a sons).

Algumas pessoas apresentam sintomas neurológicos antes mesmo da dor em si começar - manchas no campo visual, tontura, um dos olhos para de enxergar, etc. São os portadores da chamada enxaqueca com "aura", que atinge aproximadamente 20% dos indivíduos que têm a doença.

Causas
De acordo com Luiz Fernando, as causas não são totalmente conhecidas. Mas algumas teorias afirmam que a pessoa que desenvolve a enxaqueca tem alterações na região do cérebro responsável pela percepção da dor, na atividade dos vasos do cérebro e em certos neurotransmissores.

Existem alguns fatores que não são a razão da doença, mas no entanto, podem desencadear crises: pouco sono ou fora de hora, alguns alimentos, cheiros fortes, ciclo menstrual, exposição ao sol, esforço físico, bebidas alcoólicas, estresse físico e emocional. "É importante lembrar que o indivíduo que tiver predisposição para a enxaqueca pode ter crises mesmo sem a interferência desses fatores", afirma o neurologista.

Tratamento
Não se pode dizer que esse mal tem cura definitiva, porém o tratamento permite um controle e até uma cura momentânea que deixe o paciente livre de crises durante anos, em certos casos.

O tratamento consiste em duas partes: combate da dor na fase aguda (crises) e profilaxia (prevenção da doença). Para saber qual é o mais adequado, é necessária uma pesquisa por parte de um especialista. "A dor de cabeça é um sintoma muito comum, por isso o diagnóstico depende dessa investigação", explica Luiz Fernando.

O esperado é que o paciente precise apenas de interferências na fase aguda. Medicamentos simples - como os analgésicos e anti-inflamatórios - devem bastar nesses casos. Só precisa de tratamento profilático quem apresenta quatro ou mais crises por mês ou quando a crise é tão forte que não passa com os remédios mais comuns e deixa a pessoa incapacitada. Aí, além da medicação, o sucesso depende muito da disposição do paciente. "O tratamento da enxaqueca tem melhor resultado quando associado a medidas comportamentais. Um diário, com registros sobre a enxaqueca, como atividades, alimentos e suas relações com a dor pode ajudar", fala o médico.

"A prática de atividades físicas moderadas e regulares também é recomendada, pois é um mecanismo de regulação da dor, além de aliviar o estresse que pode facilitar a enxaqueca".

Luiz Fernando ressalta que, como a doença é incômoda e impede que a pessoa desenvolva suas atividades diárias normais, a maioria dos afetados coopera e anota tudo direitinho no diário. Isso é bom, pois dessa forma a enxaqueca é controlada mais rapidamente.

Apesar de ser horrível sentir dores de cabeça, é melhor não optar pela automedicação. Claro que um analgésico de vez em quando não fará mal, mas caso esse sintoma seja recorrente, vale procurar um médico. Assim, você preserva sua saúde e evita alguma doença mais séria que possa estar causando essas dores.
Por:
Priscilla Nery
MBPress

Desembargador. Conectado com o futuro.

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