segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Aulas a distância para suprir falta de Professor no Estado.

É pessoal, está difícil mesmo ser Professor no Estado do Rio. Nenhum jovem quer mais apostar seu futuro em uma carreira tão desvalorizada social e financeiramente que demanda tamanha responsabilidade, envolvimento emocional e cansaço físico. Sem contar o desrespeito dos alunos com agressões verbais e físicas. Leia a matéria abaixo, uma colaboração da Professora Andréia Catinin para os leitores do nosso Blog, e fique espantado com a solução prevista pelos "Responsáveis pela Educação" como eu fiquei!!!

POR BEATRIZ SALOMÃO

Foto: Deisi Resende / Agência O Dia

Escolas da Faetec adotarão aula por teleconferência já em fevereiro. Tecnologia para compensar carência de mestres poderá ser estendida à toda rede estadual de ensino.

Rio - Para suprir a carência de professores na rede pública de ensino, o Rio de Janeiro vai recorrer à tecnologia. Um só mestre se comunicará com até quatro turmas espalhadas pelo estado por um telão especial e câmeras que captam som e imagem. A novidade começa em fevereiro nos Centros de Vocação Tecnológica (CVTs), escolas técnicas da Faetec, como informou, em outubro, a coluna ‘Informe do Dia’. A iniciativa pode ser estendida à toda rede estadual.


Sala do Instituto de Física da Uerj com poucos alunos assistindo à aula. Em 2009, apenas 36 concluíram o curso . O Rio é pioneiro na adoção da telepresença nas escolas, que será empregada em aulas de Química, Física, Biologia, Matemática e Geografia áreas em que professores são artigo de luxo. Os nove CVTs que deverão receber a modernidade no Ensino Médio e profissionalizante são: Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Manguinhos, Cidade de Deus e Nilópolis.

Remuneração extra

As aulas serão ministradas do CVT de Quintino. As quatro turmas, com cerca de 40 alunos cada, participarão simultaneamente, e monitores ficarão em sala. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, a interação entre os ambientes é total e não está descartado salário diferencial devido ao maior volume de provas.

“É uma medida de teste e emergencial para suprir a carência de professores. Alunos receberão pen-drives para assistir à aula depois”, explica.

Câmeras darão close no aluno que perguntar e, em todos os ambientes, a dúvida será ouvida. Detalhes como estudantes cochilando, passando cola ou conversando também serão captados. Segundo Amos Maidantchik, diretor da empresa Cisco, fornecedora da telepresença, o aparelho custa R$ 250 mil e a transmissão da imagem é feita por sinal de Internet.

Para a doutora em Educação pela Universidade de Columbia, Regina de Assis, melhor do que investir em tecnologia é aumentar o salário do professor e concretizar o plano de carreira. “Economizar professor não é o melhor método. Além disso, aulas práticas de Química e Física não podem ser abandonadas”, alerta.

Segundo a Secretaria de Ciência e Tecnologia, em Química, Física, Biologia, Matemática e Geografia só 10% dos alunos ingressos chegam ao fim da faculdade e poucos optam pelo magistério.

Para reverter este quadro, Cardoso quer pagar, a partir do 2º semestre de 2011, R$ 200 mensais para incentivar alunos de faculdades. Em troca, eles terão que assinar contrato para trabalhar 3 anos na rede pública.Se agora formam 4, ano que vem vão estar formando zero. Fizemos levantamento informal na Faetec e apenas 3% dos professores queriam que os filhos seguissem a mesma carreira”.

Em Química, só quatro formados na Uerj há 2 anos

Resultado de levantamento do número de ingressos e formandos para carreiras de magistério em universidades do estado é desanimador. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), de 2007 a 2009, entraram 512 alunos no Curso de Física, porém só se formaram 129 (25%). Já o curso de Química registrou apenas quatro concluintes em 2008, contra 44 matriculados no mesmo ano.

O curso que forma professores de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro registra queda de formandos desde 2007, quando se formaram 36 pessoas. Os índices dos anos seguintes foram 18 e 11. Para a professora Valcir Santos, diretora do Instituto de Matemática da UFRJ, a falta de valorização dos professores e os baixos salários são a principal causa de abandono do magistério.

Ela cita ainda que alunos não aprovados em Engenharia, por exemplo, acabam optando por Matemática, mas conseguem transferência no meio do curso. “Há famílias que se opõem à licenciatura, mas digo aos alunos para fazerem o que gostam”, aconselha.

Na UniRio, em 2008, houve mais concluintes do curso de Música (22) do que no de Ciências Biológicas (15). Dados do vestibular da Universidade Federal Fluminense (UFF) comprovam a baixa procura. Química registrou 264 inscritos em 2009, contra 1.109 em História e 7,4 mil em Medicina.

Curso forma 4 mestres em 1

Visando a suprir a carência de professores nas escolas, a UniRio abriu, este ano, o curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, que forma mestres em Química, Física, Matemática e Biologia. O curso dura 4 anos e oferece 30 vagas.

Para Loreine Hermida da Silva e Silva, pró-reitora de Graduação da Unirio, um professor apto a ministrar 4 disciplinas diferentes pode ter uma matrícula em cada matéria e, assim, beneficiar a rede pública: “Há necessidade em todo País de professores de certas disciplinas. Cursar uma faculdade é caro, mas o professor não tem este retorno no trabalho, ganha mal”.

Física tem poucos alunos e alguns não querem dar aulas

Depois de enfrentar seis anos de cálculos, fórmulas e desgaste em escolas, Paula Nascimento, 23 anos, concluirá o curso de Física na Uerj este ano. A cerimônia, porém, não terá muitos colegas que ingressaram com a jovem em 2005. “Muitos foram para Engenharia. Quero ser professora, mas de ensino superior, pois paga melhor”, afirma.

Colega de classe, ,Alex Muniz Rodrigues, 23 desistiu do magistério após dar aula para estudantes do Ensino Médio. “Há muitas salas de aula lotadas, com muitos alunos conversando e sem interesse. Quero fazer pesquisas em Geofísica”, declara.

É pior do que está... ainda pode ficar!!!!!

Leia aqui a matéria.


Desembargador. Conectado com o futuro.

domingo, 14 de novembro de 2010

Sobre a Vírgula

Muitas vezes nossos alunos não ententem a importância da pontuação nas frases e textos, alguns até reclamam por terem de estudar sobre o uso de vírgulas, pontos, dois pontos, etc. Com a colaboração da Professora Roseli schumacker leia e veja a importância que uma simples vírgula tem.

A vírgula

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere..

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,04.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

Campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa).

Desembargador. Conectado com o futuro.

Combatendo a enxaqueca


Ao contrário do que muita gente diz, não é qualquer dor de cabeça que pode ser chamada de enxaqueca. Apesar de ser mesmo um tipo comum de cefaleia, esse mal tem características bem particulares.

A dor não é fraquinha, mas sempre de moderada a forte.
É também pulsátil e unilateral (atinge só um lado da cabeça por vez). "Quando não tratada, a crise de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas", diz o neurologista Luiz Fernando Haikel Júnior, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André (SP).

Na verdade, existem vários tipos de dor de cabeça. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), há 150 tipos, e apenas seis deles são classificados como enxaqueca, atingindo 12% da população em geral. As mais afetadas são mulheres durante o período fértil - o que tende a melhorar na gravidez e depois da menopausa.

É comum alguns sintomas acompanharem a dor numa crise de enxaqueca. Náusea e vômito costumam aparecer com mais frequência. O paciente pode também sofrer com fotofobia (aversão a luz), osmofobia (aversão a cheiros) e fonobia (aversão a sons).

Algumas pessoas apresentam sintomas neurológicos antes mesmo da dor em si começar - manchas no campo visual, tontura, um dos olhos para de enxergar, etc. São os portadores da chamada enxaqueca com "aura", que atinge aproximadamente 20% dos indivíduos que têm a doença.

Causas
De acordo com Luiz Fernando, as causas não são totalmente conhecidas. Mas algumas teorias afirmam que a pessoa que desenvolve a enxaqueca tem alterações na região do cérebro responsável pela percepção da dor, na atividade dos vasos do cérebro e em certos neurotransmissores.

Existem alguns fatores que não são a razão da doença, mas no entanto, podem desencadear crises: pouco sono ou fora de hora, alguns alimentos, cheiros fortes, ciclo menstrual, exposição ao sol, esforço físico, bebidas alcoólicas, estresse físico e emocional. "É importante lembrar que o indivíduo que tiver predisposição para a enxaqueca pode ter crises mesmo sem a interferência desses fatores", afirma o neurologista.

Tratamento
Não se pode dizer que esse mal tem cura definitiva, porém o tratamento permite um controle e até uma cura momentânea que deixe o paciente livre de crises durante anos, em certos casos.

O tratamento consiste em duas partes: combate da dor na fase aguda (crises) e profilaxia (prevenção da doença). Para saber qual é o mais adequado, é necessária uma pesquisa por parte de um especialista. "A dor de cabeça é um sintoma muito comum, por isso o diagnóstico depende dessa investigação", explica Luiz Fernando.

O esperado é que o paciente precise apenas de interferências na fase aguda. Medicamentos simples - como os analgésicos e anti-inflamatórios - devem bastar nesses casos. Só precisa de tratamento profilático quem apresenta quatro ou mais crises por mês ou quando a crise é tão forte que não passa com os remédios mais comuns e deixa a pessoa incapacitada. Aí, além da medicação, o sucesso depende muito da disposição do paciente. "O tratamento da enxaqueca tem melhor resultado quando associado a medidas comportamentais. Um diário, com registros sobre a enxaqueca, como atividades, alimentos e suas relações com a dor pode ajudar", fala o médico.

"A prática de atividades físicas moderadas e regulares também é recomendada, pois é um mecanismo de regulação da dor, além de aliviar o estresse que pode facilitar a enxaqueca".

Luiz Fernando ressalta que, como a doença é incômoda e impede que a pessoa desenvolva suas atividades diárias normais, a maioria dos afetados coopera e anota tudo direitinho no diário. Isso é bom, pois dessa forma a enxaqueca é controlada mais rapidamente.

Apesar de ser horrível sentir dores de cabeça, é melhor não optar pela automedicação. Claro que um analgésico de vez em quando não fará mal, mas caso esse sintoma seja recorrente, vale procurar um médico. Assim, você preserva sua saúde e evita alguma doença mais séria que possa estar causando essas dores.
Por:
Priscilla Nery
MBPress

Desembargador. Conectado com o futuro.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A oralidade que faz escrever

Professor Claudemir Belintane: jogos da tradição oral, como adivinhas e trava-línguas, são o melhor caminho para introduzir a criança à escrita


Rubem Barros

A obstinação com que os educadores se fixam na escrita, para resolver as questões relativas à alfabetização, é um erro estratégico para o processo, que pode ter efeito contrário sobre os alunos, principalmente entre aqueles que provêm de ambientes pouco afeitos à leitura. Quem defende a tese é Claudemir Belintane, professor de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa da Faculdade de Educação da USP.

Coordenador do projeto "Ensinando a leitura a partir de diagnósticos orais", cuja primeira de duas fases se encerrou neste ano, pesquisando as dificuldades de apreensão dos universos da leitura e da escrita entre 43 alunos de uma escola pública, Belintane defende o uso prévio da oralidade como forma de melhorar esse processo. Leia, a seguir, a entrevista concedida ao editor Rubem Barros, em que o pesquisador relata as primeiras conclusões do trabalho.

Sua pesquisa parte do pressuposto de que existe um conjunto de atividades ligadas à oralidade que é de suma importância para o domínio posterior da leitura. Que elementos levaram a essa hipótese? Havia algum trabalho anterior?
O ponto de partida é a própria docência. Trabalhei muito com crianças, fui coordenador de escola, alfabetizei. Tinha essa observação cotidiana, não sistemática. Com a pesquisa, sistematizamos e quantificamos, embora o trabalho seja mais qualitativo que quantitativo. Como fazemos uma escuta detalhada, é impossível trabalhar com um grande número de alunos.

Os resultados obtidos podem ser projetados para um universo maior?
Sim, pois estamos trabalhando numa situação real de sala de aula, com um conjunto de alunos escolhidos pelos professores, vistos por eles como crianças que tiveram dificuldades de alfabetização até a 4ª série, com três ou quatro anos de escolarização. Não escolhemos uma escola da periferia ou de classe média, mas uma que recebe um público diversificado, tanto de crianças desfavorecidas como crianças de classe média baixa. Há outra experiência, nos dois últimos anos, numa ONG que trabalha com crianças de favela. Ela nos deu dados importantes, que funcionaram como pressupostos para a pesquisa, alimentando a hipótese.

O diagnóstico inicial mostra que os alunos com dificuldades de se alfabetizar criam estratégias de resistência ao aprendizado, para evitar uma angústia do processo, de errar e acertar. Essa angústia é fruto de uma pressão social excessiva?
É fruto desse desencontro que há entre como a educação está preparada para receber essa criança e certo desconhecimento não só do professor, mas do próprio campo educacional em relação à cultura do aluno. A criança resiste ou se afasta da escrita porque a oralidade, a fala, é mais corporal, mais direta, mais fascinante e fácil de manipular. Quando entra direto na escrita, tem suas dificuldades. Essa resistência do aluno se baseia no acúmulo dessa dificuldade. Entra na 1ª série e não se alfabetiza. Vai para a 2ª, já é visto de uma forma diferente, então a resistência tende a aumentar. Quando chega à 4ª série, está com a guarda absolutamente fechada. Chega a ponto de jogar os livros no chão ou dizer claramente que não quer aprender a ler.

É nessa hora que o estudante quer sair da escola, evadir-se?
O interessante é que a escola, inconscientemente, cria mecanismos para ele ficar lá mesmo não sabendo ler. Por exemplo, eles assumem a cópia da lousa para se afirmar como sujeito-aluno. Copiar da lousa é a atividade preferida dos alunos. É um momento de silêncio em sala de aula. É incrível, aceitam. É o ponto de maior pacto com o professor.

É conveniente para os dois lados?
O professor passa muita lição na lousa, eles copiam e é o momento que se sentem alunos. Em aulas expositivas ou analíticas, de raciocínio ou de leitura, eles se angustiam com facilidade e chegam a dizer "para com isso e começa a dar aula. A dar lição". Dar lição é fazê-los copiar a lousa. Esse ajeitamento de que eles participam pela cópia, de se sentir aluno pelo material que preenchem, dá uma certa acomodação e ajuda a ficar na escola. Qualquer estratégia para mexer com eles tem de levar isso em conta. Chegamos a trabalhar oralidade e depois damos um tempo para copiarem o texto que trabalhamos na oralidade. Mas instrumentalizamos a cópia, fazemos bom uso dela. Caso contrário, a resistência fica maior ainda.

Isso demonstra que existe o desejo de ser aluno.
Existe. O problema é o confronto com a escrita e com a leitura, às vezes muito abrupto. O governo criou esse fundamental de nove anos, aumentou um ano e pôs a criança entre 5 e 6 anos na escola, exatamente para acabar com o improviso da educação infantil e trazer um ensino mais sistematizado, ligado à leitura, à escrita e à oralidade, nessa 1ª série. Só que esse impacto continua ocorrendo sob o aluno. Porque ele é recebido como se fosse a criança da 1ª série dos anos anteriores, como se tivesse 7 anos. Boa parte dessas crianças vem das escolas infantis com repertório muito pequeno de textos orais. Isso faz uma diferença enorme.

Se considerarmos que muitos desses alunos vêm de famílias não letradas, isso não aumenta a importância da educação infantil e de que a sua oferta seja maior?
Com certeza. Nossa educação infantil, porém, ainda é muito desorganizada. Sabe pouco sobre a infância e aproveita pouco as pesquisas sobre a infância. Por exemplo: sabemos que uma criança de 1 ano e sete ou oito meses é capaz de fazer relações intertextuais impressionantes. Uma criança estava batendo com uma colher de pau numa tigela e a mãe disse: Filha, você vai quebrar a tigela. Ela respondeu: Canta o pato, mãe! "O pato" é a música do Vinicius que fala: o pato pateta quebrou a tigela. Ela trouxe a música inteira de uma expressão, é uma relação intertextual sofisticada. É abrir uma espécie de hipertexto de uma palavra para um texto completo, que tem uma importância fundamental. Sobretudo quando é mobilizado e agilizado. A criança pode saltar de um texto para o outro a partir de uma conversa cotidiana. Por trás dessa fala comunicativa podem existir na memória muitos textos para serem relacionados. Por exemplo: quando você fala em sapo com uma criança, ele lembra da cantiga "o sapo não lava o pé". Nessa mobilização, já existem elementos fundamentais da leitura.

No processo de alfabetização, confundem-se leitura e escrita. Aprender a ler e a escrever não são processos diferentes?
Em geral, há uma grande confusão. A escrita acaba vindo primeiro. Forçam a criança a escrever desde muito cedo. Treinam uma escrita. Querem que aprenda a leitura pela escrita. A leitura e a oralidade têm de vir na frente. São duas possibilidades tanto de ler o mundo como de ler imagens e diversas linguagens. E também de escutar o mundo, os diversos sons. A escrita se dinamiza a partir desses potenciais. Não pode ser o carro-chefe da leitura. Pode apoiá-la, mas o primeiro plano está na leitura e na oralidade. Mesmo no construtivismo, invertem tudo. Quase todas as avaliações e os diagnósticos feitos pelos construtivistas são baseados na escrita, no ditado, na cópia. Raramente você tem, como fizemos nesse projeto, diagnóstico de oralidade. Quantos textos a criança tem na cabeça? Como são esses textos? Traz um texto mais complex. Consegue narrar? Tivemos casos de alunos que, mesmo apoiados em pranchas com imagens, não conseguiam fazer a narrativa dos três porquinhos. Mesmo que aprenda a ler, mesmo que aprenda o código da escrita, vai ser um leitor que subvocaliza, que lê de forma lenta, que faz uma leitura sem sentido. Isso ocorreu com 58% dos alunos da 4ª série.

A educação infantil inverte prioridades ao querer fazer o aluno grafar em vez de usar a memória oral?
O instrumental oral tem muita relação com os livros. Tem a contação de história em voz alta. A professora pode contar uma história de diversas maneiras. Pode começar contando as partes mais interessantes, voltar a ler, parar de ler, voltar a contar. Pode dividir a história em partes para que os alunos as percebam. Cada um narra um pedaço. No caso dos três porquinhos, por exemplo, cada um pode narrar a chegada do lobo a uma casa. É importante ter essa ideia de coerência e progressão do texto. Boa parte das crianças que chega à escola com 5 ou 6 anos faz uma narrativa simples e salta direto para seu motivo principal: o lobo já vai assoprar a terceira casa sem ter passado pelas outras. O repertório é muito pequeno, inclusive dos professores. Parece restrito aos textos mais conhecidos e que os alunos aprendem não pela oralidade, mas pelo cinema, pelos DVDs, como "A Branca de Neve", "A Cinderela". É o mundo Disney.

Quais relações propiciadas pela oralidade podem ser úteis mais tarde no domínio da leitura e da escrita?
A oralidade é esse conjunto de textos que a tradição vem peneirando ao longo do tempo e tornando cada vez mais bonitos e interessantes. A narrativa tem uma contribuição fundamental, trazendo essa progressão textual, vocabulário, o volume de texto manejado na memória. A narrativa é um grande estruturador da memória, não só na infância como na própria tradição das culturas. Os textos poéticos são o inverso. As brincadeiras todas que as crianças fazem são textos poéticos, como o trava-língua, que é musical, tem o efeito da paronomásia, efeitos de estilo. As parlendas trazem o non sense como trabalho com a beleza do significante, e também destacam a palavra, escandindo-a, isolando fragmentos. Isso impede que o aluno chegue à 5ª série com frases que conhecemos como holófrases, o entendimento de que uma frase inteira funciona como uma palavra. Por exemplo, "Tirissodaí", ou "pegalá". Pulando corda e brincando com a palavra, você está dividindo segmentos, fragmentos da palavra, o quefavorece a alfabetização. As crianças que aprendem cedo a falar a língua do revestrés [de trás para frente, invertendo as sílabas] não têm o menor problema com a sílaba.

Em que isso ajuda?
A linguagem do revestrés também serve para fazer diagnóstico, trabalhar com crianças que têm dificuldade de aprendizagem, sobretudo quando se usa a inversão de dissílabos. Quando se consegue isso - vroli, para livro; ou same, para mesa, é um passo enorme para a alfabetização, a sílaba está sendo trabalhada como um algorítimo. Então, cada texto da tradição oral tem uma função que, em geral, os professores não conhecem. E são funções da tradição oral, não da escrita. Se você pegar o livro que o governo paulista distribui para a 1ª série, encontrará muitas parlendas, cantigas, contação de história, mas são vistas como escrita. São lidas pelo professor, e não apresentadas como jogos. Acabam perdendo o lado performático, encantatório, de manejo da palavra.

Como seria o uso mais inteligente?
Instruir os professores para que primeiro apresentassem oralmente. Fiz um esquema para isso que começa pela performance, com uma adivinha, por exemplo, que traz o princípio da leitura. É um texto para ser interpretado: é preciso pegar as metáforas, as metonímias, as hipérboles, lidar com esse material. As crianças são diferentes dos adultos, que ficam esperando a resposta. Elas tentam adivinhar, interpretar. Quando você cria logo de cara a adivinha, já começa com a compreensão do texto pela oralidade. Tem de ser no oral, pois aí elas vão memorizar e fazer uma leitura interna. A mais conhecida, "cai em pé e corre deitado", por exemplo, da chuva. Para o cair em pé, elas têm de ver a imagem da chuva; e para o correr deitado, precisam ver a enxurrada. Ao mesmo tempo, estão desfazendo o paradoxo que quase toda adivinha traz. Na sequência que criei, depois o professor pedirá a cada aluno que pesquise com os pais e familiares para trazer, de memória, uma adivinha, que será socializada com os outros; num terceiro momento, pesquisa-se na biblioteca para saber se há livros de adivinha. Nessa etapa, coisas curiosas podem ser descobertas, como poetas que trabalharam a partir desse gênero. Um exemplo é o José Paulo Paes. Aí os próprios alunos fazem o seu livro com os exemplos que trouxeram. Depois, passam a inventar adivinhas para circular na escola. Só vira escrita depois. Segue o processo que aconteceu na sociedade. As sociedades orais brincavam com isso. A adivinha grega é anterior aos tempos de Homero, da escrita.

Nessa trajetória que o senhor descreve, há uma escuta mais acurada e uma atenção maior ao universo do aluno. Isso não nos leva à eterna questão da formação do professor, que deveria ser mais consistente?
O professor teria de buscar uma formação mais consistente, e os educadores e pesquisadores brasileiros têm de lidar mais com a escola real, com o aluno brasileiro e suas situações. Nossa pesquisa tenta montar um módulo de trabalho dentro da escola pública. No final da pesquisa, teremos condições de dizer aos governos "olha, se montarmos um módulo assim e um programa de formação de professores, poderemos dar passos importantes para melhorar os números que estão aí". Esses números são renitentes, não baixam de jeito nenhum, porque não se mexe nas questões principais. É preciso escutar esse aluno ofendido, que permanece na escola sem saber ler, que se confronta com a escrita vindo de uma cultura oral. Ele até espera se dar bem, mas de cara ele é isolado, porque o mundo oral e o mundo da escrita vêm de contendas na história. Na sala de aula, também.

Até que ponto a forte presença dos meios de comunicação audiovisuais, principalmente a TV, e violência que inibe o convívio comunitário prejudicam o exercício da oralidade?
Boa parte da oralidade que as crianças trazem para a escola vem da televisão. É uma formadora de maneira passiva, pois não consegue lançar uma adivinha para a criança e esta responder. O que a escola pode fazer é esse outro lado da oralidade, performático. Fazer com que a oralidade presencial traga a criança para a leitura e para a escrita. O melhor caminho para isso é o de textos já memorizados. Ter textos na memória é fundamental para a leitura. E esses textos têm de ser colocados, para dinamizar, para aprender a extrair sentido da leitura. Toda essa conturbação, tanto nos meios de comunicação como no meio do aluno, estraga bastante sua entrada na escrita e, sobretudo, na cultura oral. A cultura oral das cidades grandes hoje está esfacelada, não tem mais o que tinha na tradição. Venho de uma família de analfabetos, só que de analfabetos brincantes, que contavam histórias, que brincavam com adivinhas, jogos de palavras. A escola da época, porém, não usava nem um pouco disso.

A memória era mais valorizada...
O cordel, por exemplo, que fica entre a oralidade e a escrita. Muitas pessoas que compravam o cordel na praça não sabiam ler. Ou alguém lia para os outros e ouvia-se um cantador lendo para os outros, memorizava-se boa parte, depois levava para casa. Muitos cegos vendedores de cordel não sabiam ler, mas simulavam a leitura porque tinham o texto na memória. Se voltarmos na história, na Antiguidade ou na Idade Média, os textos estavam mais na memória do que no papel. E mesmo o leitor contemporâneo joga com a memória que ele tem no momento da leitura. Quanto melhor a memória, melhor a intertextualidade, melhor a leitura.

Volta e meia ressurge o debate entre fônicos e construtivistas na alfabetização. Como a questão da oralidade se insere aí?
Em geral, criticamos os dois. O construtivismo muitas vezes tem um purismo de não lidar com os elementos menores, com a sílaba, com o fonema. Isso significa perder um recurso importante para se lidar e sistematizar. O método fônico sistematiza demais, independentemente do que a criança conhece, não há um diagnóstico oral que norteie a aprendizagem. Tem de sistematizar todas as famílias silábicas, o que pode ser feito desde que o aluno precise disso. Hoje, o pessoal de algumas delegacias de ensino chega a cassar o silabário em sala de aula. O pesquisador brasileiro tem de olhar para a realidade local, não tem de assimilar uma linha do exterior. O método fônico é uma linha norte-americana, forte nos Estados Unidos, vindo de uma tradição de silabação da língua inglesa. Existe concurso de soletrar, a língua pede isso. O português, em especial o do Brasil, não. Não falamos como os portugueses, não engolimos as vogais, nós as sonorizamos. Então, é interessante trabalhar com famílias silábicas quando necessário. Algumas delas costumam dar trabalho aos alunos, como aquelas em que o nome da letra é diferente da pronúncia, o "f", o "l". Aí, é importante sistematizar. Há maneiras criativas de fazer isso, como o trava-língua, por exemplo.

Qual a principal divergência com os fônicos?
O método fônico trabalha com a ideia de uma consciência fonológica. Trabalhamos com a ideia de uma inconsciência fonológica. Quando uma criança faz uma relação intertextual da expressão "quebrou a tigela" e isso traz o texto do pato, essa relação é totalmente inconsciente, não há tempo para a consciência. É algo que acontece dentro da língua pela força da língua, pela relação de metáfora, de metonímia que ocorre espontaneamente, uma coisa faz lembrar a outra por semelhança sonora ou de sentido. Quanto mais o aluno entrar por essa via na leitura, melhor. A leitura não é um processo muito consciente, não sabemos o que acontece com o leitor quando ele está lendo. Ele pode ter o domínio do código, da sílaba, mas as associações que ele faz nem ele sabe.

Quais as estratégias empregadas que foram mais eficazes?
A combinação, o arranjo com os textos da tradição oral, a partir da cultura do aluno. Esse princípio de pesquisar o que o aluno sabe, ter um diagnóstico preciso da sala é fundamental. Você pode perceber que uma parte da sala tem muita dificuldade com textos orais, que não tem textos na memória. Dá para fazer trabalhos interdisciplinares com educação física e outras disciplinas. A narrativa, por exemplo. Pode-se explorar a intertextualidade, fazer uma rede de memórias de narrativas. Trabalhamos "O pequeno polegar", um texto que nunca aparece na escola, porque não faz parte da Disney. Esse texto dialoga com "João e o pé de feijão", por motivos que se repetem. As estratégias de um aparecem no outro. "João e Maria" idem. Os três são lembrados de uma vez, quando mencionados. Outro recurso é o da informática, sobretudo na fase final. Os textos que trabalhamos na oralidade aparecem na tela, como jogos de leitura e escrita. Os alunos reconhecem imediatamente, às vezes por meio de um conjunto de palavras que pertence a uma determinada parlenda. O que queremos fazer no final é um material para o professor em que ele encontre formação e material para utilização em sala de aula. Se conseguirmos transformar isso em material impresso, teremos a possibilidade de fazer com que o professor tenha uma ambiência de formação, uma oficina de trabalho, em que pode lidar com o oral e o escrito.

Fonte

Desembargador. Conectado com o futuro.

Sobre ler, navegar e interagir

Marcia Stein

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"O que acontece dentro de nós quando nos defrontamos com um texto? O que é, na verdade, o ato que chamamos de ler?” (Manguel,1997)

Gosto de pensar a leitura como uma situação de comunicação. Uma situação em que autor(es), leitor(es) e contexto(s) interagem, não só em torno do objeto livro, mas em torno de todo um sistema de hábitos, ideias, valores e sentimentos que contornam a prática da leitura - bem como toda prática comunicativa.

Seja qual for o ambiente de interação, ler e escrever são processos que pressupõem a comunicação, na medida em que pressupõem um sistema que conecta indivíduos em torno da circulação de ideias e informações que provocam movimento, deslocam as pessoas do lugar onde estavam em direção a outros lugares, mudam as coisas, mudam as pessoas.

Palavras, imagens e sons veiculam ideias, valores, sentimentos, sensações, estejam eles nas páginas dos livros, dos jornais, das revistas ou nas telas da TV, das salas de cinema, dos computadores. E para aprender a ler e escrever, dizer e mostrar, ver e ouvir, ou seja, fazer uso das linguagens que permitem saber do mundo, falar do mundo e falar para o mundo, é preciso apropriar-se destes códigos, de todos eles. Desde o texto escrito, base de todas as linguagens, até a sintaxe do código audiovisual, que envolve textos, sons e imagens que produzem sentidos, é preciso desenvolver campos de interfaces, de conexões significativas entre sujeitos e linguagens.

Penso na epistemologia de Lévy (1993), que evoca uma Ecologia do Conhecimento, segundo a qual não há sentido em pensar na oposição entre espírito e matéria, sujeito e objeto, homem e técnica, indivíduo e sociedade. Para o autor, é preciso que "essas oposições grosseiras entre essências pretensamente universais sejam substituídas por análises moleculares e singulares, em termos de redes de interfaces." O que torna particularmente relevantes as reflexões de Lévy é que elas nos permitem focar as articulações entre pensamento e linguagem, entre informação e ambiente, entre as ideias e o meios que as veiculam.

No caso das atuais discussões em torno das relações entre livros e outros suportes, como TV e Internet, parece-me fundamental começar pensando sobre a indissociável relação entre a história da leitura e a história dos meios de comunicação. Das inscrições nas cavernas e dos papiros e pergaminhos aos livros artesanais, do advento da imprensa até a editoração eletrônica, das bibliotecas medievais às bibliotecas virtuais, a história das ideias vem sendo sustentada e estruturada pela história dos veículos, que, mais do que apenas darem suporte aos mais variados conteúdos, fazem parte deles, influenciando diretamente os modos como as pessoas se apropriam dos mesmos. Ou seja, ler um texto num livro impresso é diferente de lê-lo num site da Internet em vários sentidos, que vão do formato e dos modos de leitura, até os hábitos envolvidos em cada uma das situações (horário, ambiente, postura corporal, representações sociais etc.).

Portanto, quando a ideia é pensar sobre as relações entre leitura, escrita e meios de comunicação, mais importante do que discutirmos se a TV e o computador vieram para substituir o livro é identificarmos cada um destes suportes, com suas especificidades, não como recursos excludentes entre si, mas como recursos complementares, como elementos que compõem as redes de interfaces propostas por Lévy. E ainda mais importante é lembrar que, seja o acesso à informação feito via livro, Internet, TV ou rádio, é preciso cuidar para que ele seja responsável, ético, criterioso.

E como é que se cuida disso? Assumindo responsabilidades na formação de cidadãos qualificados para usar com autonomia as ferramentas tecnológicas disponíveis para buscar informação e converter informação em conhecimento. Afinal, para navegar sem perder o rumo nas páginas de um livro ou nos labirintos sem fim da Internet e do controle remoto, é preciso lançar mão do faro do investigador, da metodologia do pesquisador, da curiosidade do aprendiz, da imaginação e da sensibilidade do artista... É preciso formar nas escolas cidadãos prontos a interagir criticamente com os múltiplos modos de leitura e escrita que o mundo de hoje oferece. E tal formação depende diretamente das oportunidades de exercitar todos aqueles potenciais necessários ao bom navegador, que é também o bom leitor, o bom autor...

Livros de diferentes gêneros, roteiros de filmes, matérias de jornais, conteúdo de sites ou games devem ser discutidos em nossas salas de aula, devem inspirar atividades e projetos pedagógicos. Porque é nas salas de aula, afinal, que devemos formar jovens habilitados a construir seus saberes, articulando informações encontradas em livros, arquivos, filmes e em outras fontes, aptos a construir um sentido próprio para o conjunto de informações obtidas, não conformados com o autoritarismo das versões únicas, com a superficialidade das respostas prontas. Cultivar o questionamento, a curiosidade, a dúvida, o espírito investigativo, formar incansáveis aventureiros em busca do conhecimento, esta é a missão do educador comprometido com a formação para a cidadania.

É nesse sentido que Silva (2000) lembra que é na atitude dos educadores, mais que na estrutura tecnológica, que se deve buscar basear a perspectiva de uma prática pedagógica que prepare para a interatividade: "Investir em aprendizagem interativa não significa de imediato equipar a sala de aula com computadores ligados à Internet. O essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia baseado na participação, cooperação e multiplicidade de conexões entre os atores envolvidos no processo de construção do conhecimento e da própria comunicação.”

Para todos nós, educadores, este é um chamado à responsabilidade, um lembrete de que a qualidade do uso que fazemos das informações não é determinada pela dimensão tecnológica, e sim pela dimensão humana. As novas tecnologias de comunicação ampliaram as possibilidades de acesso à informação, revolucionaram hábitos, impuseram novas reflexões e debates, mas da mesma forma que já ocorrera com relação a outras descobertas revolucionárias, o compromisso com a qualidade das ideias e opiniões que divulgamos, através de qualquer que seja o canal, continua sendo o mais importante.

Este texto foi publicado originalmente na FOLHA PROLER, publicação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura, da Fundação Biblioteca Nacional (MINC), em setembro de 2000.


Referências bibliográficas:

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura, Cia das Letras, São Paulo, 1997.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência, 34 Letras, São Paulo, 1993.

SILVA, Marco. A sala de aula interativa, Quartet, Rio de Janeiro, 2000.
Desembargador. Conectado com o futuro.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Poções de beleza..."

Bebidas que prometem beleza e disposição podem ser feitas por você!!!
Prepare em casa versões naturais, sem conservantes e cheias de vitamina!!!

Por Ana Maria Madeira
A moda das águas aromatizadas, vendidas como "poções de beleza", que prometem benefícios à pele, cabelo, unhas, maior disposição e concentração está a todo vapor nos últimos meses. As garrafinhas de menos de 500 ml só não tem a ver é com o bolso de muita gente já que custam em média R$7 - e não devem substituir um prato de comida.

Quem opta por ingerir essas bebidas, atraído pela isenção de calorias, pode estar deixando de lado o consumo de fibras, vitaminas e de se alimentar com frutas, legumes e verduras. "Esse tipo de bebida é um complemento, elas não terão nenhum benefício se você descuidar da alimentação, acreditando que as águas são mágicas", explica a nutricionista Ana Paula Souza.

Além disso, o consumo delas tem restrições para crianças, gestantes, mulheres que estão amamentando, idosos e portadores de enfermidades, que devem consultar um médico antes de consumi-los. Confira o que você pode acrescentar à sua dieta para obter os mesmos benefícios da ingestão dessas bebidas, além de receitas de sucos naturais que valem por uma dessas garrafinhas.
Beauty Drink - Foto: Getty Images

Segredo das fórmulas

Mas, afinal, qual a formulação desses drinques que prometem tantas maravilhas? Algumas das tais bebidas possuem, além de frutas e ervas (que tem propriedades benéficas à saúde), vitaminas, minerais, como cobre e manganês, antioxidantes, colágeno, que tem como funções principais formar as fibras que dão sustentação à pele e aminoácidos como a taurina, que auxilia na remoção de impurezas do fígado.

No entanto, podemos encontrar todas essas substâncias na alimentação do dia a dia, e sem conservantes e corantes, como a maioria dessas bebidas prontas. "Se consumido moderadamente, por exemplo, um copo ao dia, não há problemas à saúde. Tudo que é industrializado, sofre processo químico de conservação, mas o que é natural é mais saudável", diz a nutricionista Ana Paula Souza. Entre os estudiosos, há controvérsias sofre os reais efeitos dos aditivos alimentares para a saúde. Mas acredita-se que, em longo prazo, os conservantes podem aumentar o risco de câncer e hiperatividade, e os corantes seriam responsáveis por alergias e contaminação por metais pesados. Assim sendo, não custa evitar ao máximo essas substâncias.
Antioxidantes

Eles são responsáveis por combater os radicais livres, moléculas continuamente produzidas pelas nossas células através de processos metabólicos e, por isso, são também chamados de "nutrientes antienvelhecimento".

Os antioxidantes podem ser encontrados na maior parte das frutas frescas. "As mais ricas são as cítricas, que têm vitamina C, como a laranja, acerola, abacaxi e também o açaí, uvas, kiwi e morango", diz a nutricionista.

Os alimentos ricos em selênio também têm boas doses de antioxidantes. A castanha-do-pará é rica em selênio, que previne e retarda o envelhecimento ou o chamado endurecimento dos tecidos pela oxidação e contribui para manter a elasticidade natural da pele.
Colágeno

O colágeno tem como principais fontes os alimentos ricos em proteínas de origem animal, mas pode também levar uma mãozinha da vitamina C, pois ela ajuda na formação das fibras de colágeno, responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele.

Além disso, o colágeno, que vai sendo gradualmente perdido - e, sem ele, as unhas e o cabelo também ficam quebradiços e sem brilho - pode também ser reposto através da opção em pó (para beber diluído na água ou sucos) ou em cápsula, extraído do osso e da cartilagem do boi e vendido principalmente em lojas de produtos naturais ou farmácias de manipulação. De acordo com Ana Paula, 5 gramas ao dia são suficientes.

Os minerais, cobre e manganês, também estimulam a produção de colágeno e são bons cicatrizantes. Para encontrá-los, basta consumir amêndoas, feijões, lentilha, nozes e grão-de-bico.
Taurina

A taurina é um aminoácido, substância fundamental na construção dos tecidos, formação de anticorpos e combate a vírus e bactérias, além de participarem das atividades dos músculos. A taurina tem efeito desintoxicante, facilitando a excreção de substâncias pelo fígado. Ela também intensifica os efeitos da insulina, contribuindo para o funcionamento do metabolismo de glicose.

A ingestão de proteínas é a principal fonte de aminoácidos, mas a taurina também pode ser encontrada na versão em pó. "Não existe recomendação diária estabelecida para a taurina, mas as quantidades estimada é de 3 a 6 gramas dia", explica Ana Paula.

Faça em casa!

Confira abaixo, receitas caseiras de sucos que substituem as principais promessas dos drinques de beleza: energizante, antioxidante, pele bonita, anti-TPM, antienvelhecimento e para melhorar o raciocínio. Vale lembrar que para os sucos não pesarem na dieta, é importante colocar pouco ou nenhum açúcar. Você também pode fazer sua própria água aromatizada, é só colocar na água as frutas e ervas de sua preferência e deixar descansar por uma hora antes de beber.

Suco energizante
Ingredientes:
2 colheres de sopa de aveia
10 amêndoas
1 colher de chá de semente de girassol
1 figo seco
2 tâmaras
1 banana com água de coco ou leite de soja ou
1 copo de iogurte,
4 colheres de granola e a banana

Preparo: Bata todos ingredientes no liquidificador.

Suco antioxidante

Ingredientes:
2 copos de água
10 morangos
1/2 pera durinha
1 banana madura
1 colher (sopa) de lêvedo de cevada (ótima fonte de proteínas)

Preparo: No liquidificador, bata as frutas com água. Por último, acrescente o lêvedo de cerveja, misturando com a colher. Enfeite com um morango.

Suco pele bonita
Indicação: o brócolis contêm antioxidantes, que combatem os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele. A cenoura e a beterraba, ambos ricos em fibra, facilitam o funcionamento intestinal, o que, indiretamente, deixa a pele mais bonita.

Ingredientes:
4 cenouras
1 ramo de brócolis
1/2 beterraba

Preparo: Bata todos os alimentos no liquidificador.

Suco Anti-TPM

Indicação: a beterraba e o espinafre auxiliam a circulação do sangue, o que estimula as funções cerebrais e acalma os nervos. O espinafre ainda estimula os movimentos peristálticos do intestino, regularizando-os. A maçã e a cenoura facilitam a digestão.

Ingredientes:
3 beterrabas
1 punhado de espinafre
4 cenouras
1/2 maçã
1 punhado de salsa

Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador, menos a salsa. Acrescente-a ao suco já pronto, misturando com uma colher. Enfeite com um ramo de salsa.

Suco para melhorar o raciocínio
Ingredientes:
10 amoras ou framboesas
1 copo de iogurte ou leite de soja com 1 colher de sobremesa de mel OU 1 copo de suco de açaí

Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador

Suco Antienvelhecimento
Indicação: a couve-de-bruxelas, a cebolinha e o brócolis são riquíssimos em antioxidantes, que combatem os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce. E também colaboram para recuperar as células, dando mais vida à pele. A cenoura e a beterraba, ricas em fibras, auxiliam o funcionamento do intestino.

Ingredientes:
4 cenouras
1/2 beterraba
3 folhas de beterraba
1 ramo de brócolis
3 couves-de-bruxelas
2 cebolinhas

Modo de preparo: bata todos os alimentos na centrífuga e não se esqueça de aproveitar as fibras restantes para o preparo de um pão ou torta.

Desembargador. Conectado com o futuro.

Pura realidade...

Colaboração da Professora Denilce Aguiar

A Evolução da Educação.
Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas..

Leiam o relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2010:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2011 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. E se você pertencer a qualquer minoria social não precisa responder.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E muitas vezes quando uma Professora é um pouco mais rígida com a galera, os pais ficam enfurecidos, pois a professora provocou traumas nas pobres crianças.

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A pergunta abaixo foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

“Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos ... Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


Precisamos começar JÁ !!


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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DIA DOS PROFESSORES...

Para comemorar o "Dia dos Professores", a Direção do C.E. Desembargador preparou um churrasco para os Professores e os presenteou com uma linda necessaire personalizada e recheada de objetos... Parabéns Professores pelo se dia!!!























































É isso aí...queridos Professores, vamos continuar firmes, lembrando sempre, que pode não ser um sonho ter uma educação de qualidade, um salário digno e um futuro melhor para os nossos alunos!!!

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