quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Qual é a cor do seu cérebro?

Com mais de 40 anos de carreira, a educadora e pesquisadora norte-americana Sheila Glazov acredita que cada pessoa tem o cérebro multicor. A partir de um modelo de classificação de perfis psicológicos baseado em teorias junguianas, ela desenvolveu um programa que permite às pessoas classificar seu perfil a partir de cores. O livro “A Cor do Seu Cérebro” (Editora Novo Conceito), que explica a teoria, acaba de ser lançado no Brasil.

Formada em Educação na Ohio State University e em Liderança Criativa pela Disney University, e com clientes como as gigantes Motorola e Sears, Sheila tinha como objetivo simplificar os testes psicológicos, oferecendo uma ferramenta que pudesse ser usada tanto em casa como no trabalho, por crianças e adultos. Em entrevista, Sheila explica por que criou a teoria, esclarece como ela pode ajudar as pessoas e ensina a descobrir qual a cor do seu cérebro.


iG -Como você criou a teoria das cores?
Sheila Glazov -Fui inspirada a criar “A Cor do Seu Cérebro” enquanto percebi que os indivíduos nem sempre respeitam o ponto de vista do outro. Quis criar um ambiente “não-julgador”, que eliminasse a crítica negativa e reforçasse a apreciação das ideias de cada um. Senti que poderia oferecer às pessoas uma maneira fácil de valorizar e entender a perspectiva do outro, e comunicar-se de forma mais efetiva para desenvolver soluções benéficas a todos.

iG -Qual é a base da teoria?
Sheila Glazov -O alicerce para a teoria das cores do cérebro é o Myers Briggs Type Indicator [um teste de perfis psicológicos desenvolvido em 1942 por Isabel Briggs Myers e Katharine Cook Briggs, baseado nas teorias do psiquiatra Carl Gustav Jung sobre os tipos psicológicos]. No entanto, o MBTI utilize-se de várias combinações de letras, termos e símbolos para descrever o tipo de personalidade de um indivíduo – é muito complicado para crianças e, muitas vezes, confuso até para adultos. Descobri que as pessoas respondem positivamente à teoria das cores do cérebro porque usamos apenas quatro: amarelo, azul, verde e laranja para designar os quatro tipos principais de personalidade.

iG-Como você acha que a teoria pode ajudar a vida das pessoas?
Sheila Glazov -Ela dá ao indivíduo uma oportunidade de olhar para si mesmo, para seus relacionamentos e como eles se comportam em diferentes áreas. “A Cor do Seu Cérebro” traz uma abordagem rápida e direta, que ajuda a pessoa a reconhecer e respeitar o melhor nela mesma e nos outros; compreender as perspectivas diferentes; rir de suas próprias idiossincrasias; comunicar-se de acordo com as cores e chegar ao equilíbrio em suas vidas pessoais e profissionais.

iG -Como descobrir qual é a cor do seu cérebro?
Sheila Glazov -Por testes psicológicos que estão no livro e no meu site. Na verdade, somos todos uma mistura de cores, ou um “brainbow” [trocadilho com rainbow, palavra que significa arco-íris, em inglês] das quatro cores. No entanto, todos temos uma cor primária, que descreve como vemos nossos próprios atributos e habilidades, e representa nossa perspectiva pessoal.

iG- E qual é a cor do seu cérebro?
Sheila Glazov -Eu me vejo como um cérebro azul: sou criativa, comunicativa e gosto de ajudar. Valorizo confiança, empatia e cooperação. Minha cor seguinte é amarelo. Sou leal, responsável, respeitadora e organizada, e valorizo tradições, estabilidade e compromissos.

iG -E no campo da maternidade? Como reage cada “cor” de mãe?
Sheila Glazov- Mães com “cérebro amarelo” são responsáveis, valorizam método e têm visões tradicionais sobre o comportamento de seus filhos. Elas esperam que suas crianças respeitem e sigam as regras. Já os pais de “cérebro azul” são devotados, adoram passar tempo com seus filhos e esperam relações harmoniosas. Pais de “cérebro verde” são reservados e resolvem problemas de forma objetiva. Querem que seus filhos sejam independentes e auto-suficientes. Por fim, pais e mães de “cérebro laranja” são entusiasmados e têm mente aberta. Eles gostam de se divertir com suas crianças e as encorajam a correr riscos.

iG- Cada cor tem características boas e outras ruins?
Sheila Glazov -Sim, mas é essencial estabelecer que a abordagem de “A Cor do Seu Cérebro” é uma explicação do comportamento das pessoas, e não uma desculpa para comportamentos inapropriados. Podemos aprender a lidar com nossas falhas se as reconhecermos. Se uma pessoa se encontra em um ambiente que não a encoraja, ela pode apresentar seu “lado sombra”. Os “cérebros amarelos”, por exemplo, tendem a tornar-se controladores, reclamões e inflexíveis. “Cérebros azuis” podem apresentar choro, depressão e não encarar a realidade. “Cérebros verdes” ficam sarcásticos, indiferentes e insensíveis. Os laranjas passam a agir com imaturidade e se tornam rudes e compulsivos.

clique aqui para: fazer o teste

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Teoria das cores pode ser aplicada às crianças
Características dos filhos podem ser reconhecidas em teoria que ajuda os pais a lidar com o comportamento infantil


Cada uma das cores têm características definidas. As crianças de “cérebro amarelo”, por exemplo, precisam saber claramente o que é esperado delas em casa e na escola. “Elas ficam estressadas – e, consequentemente, se comportam mal – quando suas rotinas são quebradas”, diz a autora. Portanto, os pais devem mantê-las sempre informadas sobre a programação e eventuais mudanças de planos.

Para as crianças de “cérebro azul”, o mais importante é passar tempo conversando e brincando com a família. O mau comportamento aparece quando elas não têm chance de falar sobre o que as incomoda. “Pais de crianças de “cérebro azul” devem aprender a ouvir seus filhos com cuidado”, recomenda Sheila.

Já as crianças de “cérebro verde” preferem ter tempo para elas mesmas e gostam de brincar com um amigo de cada vez. De natureza introspectiva, elas se comportam mal se são forçadas a interagir com outras pessoas quando não estão a fim. O ideal é que os pais, neste caso, ofereçam à criança privacidade e tempo para elaborar seus pensamentos.

Por fim, as crianças de “cérebro laranja” têm preferência por atividades que as permitam “botar a mão na massa” ou por esportes praticados em grupo. “Ter de seguir regras criadas por outras pessoas ou sentir que sua liberdade foi tolhida faz com que elas se comportem mal”, ilustra Sheila. Neste caso, os pais devem dar a elas tempo para se divertir.


Colaboração da Professora:
Elizabeth Torres
Pesquisa complementar: Luciene Torres

Desembargador. Conectado com o futuro.

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